Qualidade do ar nas habitações piora alergias

24-04-2013 20:16

Trinta por cento dos portugueses sofrem com doenças respiratórias de tipo alérgico ou inflamatório, confirma um estudo pioneiro sobre estas patologias e qualidade do ar no interior das habitações divulgado esta terça-feira.

Os dados do estudo epidemiológico "HabitAr", que mediu sete parâmetros de poluição do ar, a temperatura e a humidade relativa de 557 habitações em todo o país, entre Dezembro de 2007 e Julho passado, não alarmam os especialistas, mas reforçam um conselho: a necessidade de ventilar melhor as casas.

"A qualidade do ar é razoável" e "não ha situações de alarme", assegurou ao "Jornal de Notícias" um dos autores do estudo, Mário Martins de Almeida, da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, observando que a prevalência de cerca de 30% encontrada "era esperada: cerca de um terço da população portuguesa tem alergias", disse.

O estudo, que tem como parceiro o Instituto UCB de Alergologia, procurava perceber de que modo a qualidade do ar se relaciona com a frequência. A conclusão a que chegou o trabalho, o primeiro estudo sistemático de habitações à escala de um país (outros abordam regiões ou localidades), é que não é a frequência das alergias que aumenta mas, sim, a sua gravidade.

Na pesquisa, que realizou 1112 medições de parâmetros de conforto e poluição, foi detectada uma prevalência de 29,9% de doença alérgica das vias aéreas superiores (tipo rinite) e de 18% de doença alérgica ou inflamatória do tipo asma nas vias aéreas inferiores.

Sessenta por cento dos fogos estudados apresentavam pelo menos uma medição com um dos parâmetros superior aos valores limites. Os compostos orgânicos voláteis, o dióxido de carbono e partículas em suspensão são os mais responsáveis.